Com o passar dos anos, a gente vai se entendendo — e também entendendo certos comportamentos e atitudes. Nunca escutei a opinião de um profissional, tipo um terapeuta, sobre os meus modos de agir e reagir. Mas estou refletindo sobre isso nos últimos dois dias. Desde que criei esse espaço aqui, só consigo pensar nisso.
Perdi um tempão ajustando o layout, mexendo nas ferramentas, arrumando tudo por trás desse blog. E hoje eu consigo identificar isso como um padrão no meu comportamento: quando começo um projeto novo, eu simplesmente mergulho de cabeça. É como se nada mais importasse. Se eu tiver que focar em outra coisa, a outra coisa está ferrada, porque minha cabeça só consegue pensar no projeto novo.
A bronca é que esse estado passa. Depois, tudo volta a parecer tedioso — até que apareça outro projeto novo. E aí o ciclo se repete. Vai acontecer, eu sei: vou acabar mexendo aqui com menos frequência do que agora, no começo. Mas vai dar certo. No fim das contas, a quantidade de projetos que iniciei e concluí é maior do que os que deixei pelo caminho.
O que atrapalha mesmo é a desmotivação, que leva ao tédio, que desemboca na procrastinação. E, no fundo, tudo isso aqui surgiu justamente como uma fuga de outras tarefas importantíssimas que eu deveria estar fazendo. Mas me refugiei aqui. E olha só: eu não corro pra um canto pra ficar olhando pro nada, não. Eu simplesmente busco outra ocupação. Que condiçãozinha chata essa, viu?
E só pra registrar: a tal atividade importante da qual estou fugindo é a escrita da minha dissertação de mestrado. Nossa, só de escrever isso já me deu um calafrio. Minha forma de procrastinar é me ocupar com outro serviço.
Ah, e só pra não esquecer: estou escrevendo esse texto aqui direto da sala de estudos da Biblioteca Central da UFPE. Pois é. Escolhi não ir à biblioteca do CCEN porque as lembranças nostálgicas daquele lugar iam atrapalhar mais do que eu mesmo me atrapalho.
