Há alguns dias, compartilhei aqui um pensamento sobre a busca pela excitação na internet — aquele fascínio que, com o tempo, foi se perdendo e tornando tudo mais monótono. Pois bem, hoje, a tecnologia e a internet estão tomadas pelas ferramentas de inteligência artificial. E eu, falando por mim, uso essas ferramentas para tudo. Não sei mais como viver sem elas.

Revendo meu histórico de interações com o ChatGPT, vejo que comecei a usá-lo por volta de fevereiro de 2023. Não lembro onde ouvi falar dele pela primeira vez, mas sei que, assim que experimentei, me fascinei. Logo me tornei um divulgador entusiasmado — um verdadeiro catequizador da “palavra do ChatGPT”.

Fui na contramão de muitos colegas de profissão, professores que, inicialmente, rejeitaram a ideia. Eu incentivava meus alunos a explorar a ferramenta. Muitos deles a conheceram por minha influência, e até recebi agradecimentos.

Hoje, quase todo mundo usa, mas ainda estamos no começo dessa revolução. A maioria das pessoas sequer sabe como utilizar ferramentas de IA generativa. Estamos acostumados aos mecanismos de busca, que, aliás, muitos ainda não dominam completamente. Antes dizíamos: “Pergunta ao Google”. Agora, eu resumo dizendo: “Conversa com a IA.”

Com tantas ferramentas disponíveis, passei a usar o Copilot, que surgiu do Bing. No começo foi meio confuso, mas a Microsoft correu para entregá-lo como concorrente do ChatGPT. Hoje, depois do ChatGPT, é a IA que mais utilizo — especialmente para conversas por voz. Adoro conversar com ela no carro.

O Gemini, por outro lado, ainda soa mecânico, com respostas longas e automatizadas. Não costumo usá-lo, apenas o testo ocasionalmente.

E este ano (foi mesmo este ano? As coisas têm acontecido tão rápido…), surgiu o chinês DeepSeek. Testei logo no segundo dia do lançamento. No primeiro, a repercussão foi tão intensa que só acompanhei as notícias sobre o caos que provocou — incluindo a queda de valor das empresas americanas do setor. Minha impressão inicial? O DeepSeek é preciso e fiel ao conteúdo original. Se você pede análise de um documento, ele não inventa — apenas descreve de forma rigorosa.

Na edição de imagens, testei várias opções. Usei o modelo da OpenAI e o da Microsoft, mas achei o processo chato e demorado.

Dois meses atrás, participei do fenômeno do Studio Ghibli, que revelou novas possibilidades de criação de imagens dentro do ChatGPT. Desde então, quando preciso gerar imagens, recorro ao ChatGPT mesmo.

Inclusive, o rinoceronte do blog, minha logo, nasceu assim: peguei um desenho original — que tem uma longa história — e pedi ao ChatGPT que o aprimorasse sem perder suas características artísticas.

Sobre o futuro da IA, sei que já há muitas pessoas utilizando essas ferramentas para criar conteúdos incríveis e analisar dados de formas inovadoras. Mas há um problema evidente: o preço a se pagar.

Se você quer usar o Gemini de verdade, precisa pagar. A versão gratuita é limitada, mas dizem que a premium é excelente. O ChatGPT nos dá uma amostra gratuita de suas capacidades, mas, para mais recursos, também exige assinatura.

Esta semana, precisei da IA da Adobe no Acrobat — paguei R$33 na assinatura mensal.

Vendo como nossa capacidade produtiva já depende do auxílio dessas tecnologias, fico pensando no impacto da desigualdade. Quem pode pagar terá acesso a recursos extraordinários — quase sobre-humanos. Já quem não puder continuará comum, observando os “super-homens” e suas habilidades incríveis e inacessíveis.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *