Aqui estou eu, em mais uma inserção na rede. Ia dizer “internet”, mas “rede” parece mais apropriado para quem entende os mecanismos que movem tudo isso. E, de certa forma, posso dizer que tenho conhecimento—não técnico, mas de experiência. Uso o computador para acessar a internet desde o início dos anos 2000.
Tive meu primeiro computador em 2004 (ou teria sido 2003?). Um Pentium 4 com monitor de 17 polegadas—tubão, mas tela plana. Vinha com impressora e tudo. Um PC novo e completo, no meu quarto. A internet ainda era limitada, mas desde que aquele computador foi instalado, eu já acessava a rede. Como tínhamos linha telefônica, bastava esperar o horário de pulso barato e conectar.
O intuito deste post não é contar essa história detalhadamente—farei isso em posts futuros, trazendo memórias. Mas me peguei divagando, porque recordar essas experiências me traz uma sensação nostálgica. O que quero dizer é que estou aqui na rede para mais uma intervenção.
Digo “mais uma” porque já estive por aqui antes. Tive e-mail no BOL e frequentava os chats do portal. Fui usuário do Orkut, viciado nas comunidades de música e nos arquivos que dava para baixar. Passei por todas as redes sociais da época, até no Flogão. Penso nos rastros que deixei—não por ter feito algo errado, mas porque, sendo adolescente e ignorante, deixei muito comentário idiota registrado por aí.
Apesar dessa fase, aquela época me traz nostalgia. Lembro da excitação ao navegar na internet—sim, navegar, um termo curioso e empolgante. Sentíamos que tínhamos um mundo inteiro para desbravar, e aquele chiado do discador anunciava que a conexão com a rede mundial tinha sido bem-sucedida.
Hoje, tudo mudou. Por um tempo, achei que estava apenas envelhecendo e que, naturalmente, as coisas iam ficando chatas. Mas não é isso. A internet se resumiu a redes sociais, e essas, por sua vez, se tornaram ferramentas para vender produtos aos usuários. Os algoritmos moldam e direcionam tudo, tornando a experiência previsível e tediosa. Aquela excitação de outrora, a liberdade de explorar possibilidades infinitas, parece ter desaparecido. Agora, tudo é pensado para guiar e influenciar os passos de quem acessa.
Então, por que estou escrevendo sobre isso? Porque criar este espaço na rede é uma tentativa de reviver aquela euforia, aquela sensação desafiadora de construir algo e moldar uma realidade própria dentro do mundo virtual. Desta vez, a partir de um site próprio, onde tudo o que será produzido virá de mim. Aqui, os algoritmos serão descritos pelas minhas ideias—e apenas por elas. Pelo menos essa é a intenção.
Vida longa a este espaço! Que eu consiga reencontrar a euforia de interagir e deixar minha marca no mundo virtual.
E só para registrar: escrevo este texto da sala de estudos da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, observando pela janela a bonita tarde ensolarada que harmoniza perfeitamente com as árvores do Parque Treze de Maio, à minha frente.
